terça-feira, 15 de abril de 2014

Onde os Estados Unidos não imperam!

É de conhecimento público e geral o tamanho do poder de influência e de coerção do Estados Unidos da América em relação aos demais países do mundo, sobretudo nos campos da cultura, da economia e da política. É o espírito "apaziguador" do americano, cumprindo seu papel de "mediador dos problemas mundiais", publicados no problemático e soberbo "Destino Manifesto".
Tal prepotência é amparada por um arsenal militar, como todos sabem, amplo e com alto poder de destruição, e pela capacidade de persuasão da maior economia mundial, com um PIB que representa aproximadamente 23% de todo o dinheiro circulante no planeta - cerca de 15 trilhões de dólares - segundo dados de 2012 do FMI.

Todo este poder financeiro acaba sendo refletido na questão esportiva, afinal, os investimentos no desenvolvimento da prática de determinados esportes, iniciados desde a infância dos jovens estadunidenses, são muito maiores. É assim em boa parte dos esportes coletivos, em que os EUA são, se não a maior, uma das maiores potências em competições internacionais. É o que acontece, por exemplo, no voleibol, no basquetebol, no rúgbi, no beisebol - considerado o esporte nacional - além das individualidades que acabam despontando em outros esportes, também graças à condição financeira que permite o acesso aos mais variados e mais avançados campos de treinamento de praticamente todos os esportes.

Contudo... para nossa alegria, ou para a tristeza dos americanos, o futebol - o nosso futebol, ou o soccer para eles - é uma das poucas modalidades esportivas que eles ainda não estão na elite, pelo menos no masculino, visto que no feminino a seleção norte-americana já é uma das potências.

US Team vem ao Brasil em busca de melhores resultados.
Quatro títulos da Copa Ouro da CONCACAF (equivalente à nossa Copa América); um terceiro lugar na primeira Copa do Mundo no longínquo ano de 1930; e um 2º e um 3º lugar em Copas das Confederações - (2009 e 1999, respectivamente). Estes são os resultados mais expressivos dos atletas da terra do "Tio Sam" em competições internacionais. Poucos e pouco expressivos, se considerarmos a consolidada grandeza deste país em outras modalidades esportivas.

Mas está muito enganado quem pensa que o US Team é fraco e vem ao Brasil só para ser coadjuvante. Talvez, pelas dificuldades que irão encontrar, acabem sendo mesmo meros coadjuvantes. Porém, é uma equipe bem estruturada, defensivamente um tanto instável, mas com um meio campo forte e ofensivamente muito produtiva. Além disso, conta com um treinador muito inteligente - o alemão Jürge Klinsmann - e um elenco bastante misto entre jovens como o meia Julian Green, do Bayer de Munique e o atacante Juan Agudelo - colombiano naturalizado estadunidense - que atua no New England Revolution, emprestado pelos holandeses do Utrecht.
Landon Donovan, grande destaque da seleção norte-americana.
Jogadores já consagrados no mundo do futebol, como o volante Jermaine Jones, do Besiktas da Turquia; o ótimo goleiro Tim Howard, com passagem pelo Manchester United e há quase 10 anos titular incontestável da meta do Everton; o meia-atacante Clint Dempsey - capitão da equipe - hoje atuando pelo Seattle Sounders, e que já jogou na Premier League por Fulham e Tottenham; e o atacante Landon Donovan (foto ao lado): um dos mais consagrados jogadores americanos de futebol, ídolo máximo do esporte no país e com passagens pela Alemanha e Inglaterra, ainda que seu grande sucesso tenha sido e continue sendo na MLS, jogando pelo milionário Los Angeles Galaxy.
E ainda, jogadores que chegam ao mundial na grande fase de consolidação de suas carreiras, como o bom atacante do Sunderland, Jozy Altidore; o volante Michael Bradley, companheiro do goleiro brasileiro Julio César no Toronto FC; também no meio-campo são peças importantes de Klinsmann o sérvio-americano Sacha Kljestn, do belga Aderlecht; Brek Shea do Stoke City e Alejandro Bedoya, jogador do Nantes, da França.

Não fosse o fato de ter caído no complicado Grupo G da Copa do Mundo, com a fortíssima Alemanha, Portugal de Cristiano Ronaldo, e a sempre qualificada seleção de Gana, a certeza de que teríamos os Estados Unidos nas Oitavas-de-Finais do mundial seria muito maior. Contudo, por culpa deste grande azar no sorteio, e pelo calor que pode enfrentar jogando em Natal, Manaus e Recife, acho muito complicada e muito pouco provável uma classificação americana.

Sendo assim, continuará sendo o futebol uma das modalidades esportivas onde o poder econômico e político norte americano ainda não consegue interferir e continuará a hegemonia nas mãos de sul-americanos e europeus.













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