quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A seleção da UEFA

Hoje tive contato com a lista de jogadores que a UEFA elegeu como sua seleção de melhores na temporada 2013. E para o meu próprio espanto e de muitos mais, acabei gostando bastante das escolhas feitas, principalmente em comparação à seleção feita pela FIFA.

É verdade que no setor defensivo pouco mudou, continuam Manuel Neuer (Bayern de Munique) como goleiro, Phillip Lahm (Bayern de Munique) como lateral-direito, Thiago Silva (Paris-Saint Germain) e Sérgio Ramos (Real Madrid) como zagueiros – apesar de continuar achando este último um jogador grosso, pouco habilidoso e extremamente violento, e facilmente substituído pelo alemão Matts Hummels, do Borussia Dortmund. O que, em suma, mudo na defesa das “seleções” foi o lateral-esquerdo: ao invés do bisonho e ultrapassado lateral-direito brasileiro, Daniel Alves (Barcelona), o jovem e promissor austríaco David Alaba (Bayern de Munique).

No meio-campo é onde ficam as modificações mais significativas: no lugar do “puxassaquísmo” barato ao Barcelona – elegendo os espanhóis Xavi e Iniesta, mesmo em temporadas apenas medianas – uma escolha mais diversificada, com o alemão Mesut Özil (Real Madrid/Arsenal), sobretudo por seu genial início de temporada na equipe londrina, Marco Reus (Borussia Dortmund),  alemão que, apesar da sombra vivida pela auri-negra  sob o ano mágico do Bayern de Munique, conseguiu uma temporada de ótimas atuações e números fantásticos. Além deles, o galês Gareth Bale (Tottenham/Real Madrid) - "o mais caro da história" - que vai aos poucos se adaptando ao time da capital espanhola, depois de algumas temporadas fenomenais no clube londrino. Muitos podem dizer que ele está demorando muito a se adaptar no Real, que ele não merece o valor que foi pago por ele... o que eu sei é que ele fez o suficiente para constar nesta lista, e continua sendo infinitamente melhor que Neymar. E para completar o meio da seleção da UEFA, da FIFA, de qualquer admirador do bom futebol, o francês Frank Ribéry (Bayern de Munique) – ídolo da equipe bávara, cérebro e destaque individual deste time que tanto nos ensinou a jogar coletivamente.

E no ataque: o melhor do mundo – segundo a FIFA -  em 2013, o português Cristiano Ronaldo, que dispensa comentários, seja nos jogos pelo Real Madrid, seja pela seleção lusitana, cuja classificação ao Mundial deve em boa parte ao gajo, camisa 7 madridista. Ao lado dele, o melhor centroavante do mundo, o sueco Zlatan Ibrahimovic (PSG), dono de muitos e muito bonitos gols na Ligue 1 e nas atuações pela seleção da Suécia. Mesmo com a eliminação para Portugal, o gigante sueco provou sua capacidade técnica e de liderança ao dificultar ao extremo o caminho luso para o mundial. O grande azar de Ibra foi ter que disputar na repescagem uma vaga justamente contra Cristiano Ronaldo.

Assim, a escalação da entidade europeia foi muito menos tendenciosa e muito mais justa, condecorando jogadores que realmente fizeram temporadas muito boas.  A ausência, sobretudo, do argentino Lionel Messi é injusta? Talvez! Mas não há como negar que os escolhidos pela UEFA fizeram tanto ou mais por merecer para estarem nesta lista

Parabéns à UEFA!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A simpática Colômbia

Uma das mais simpáticas e mais competentes seleções classificadas para o mundial é a da Colômbia.
Radamel Falcão Garcia - Grande destaque da Seleção da Colômbia

Com pouca tradição no futebol - pelo menos até o começo da década de 1990 - a equipe tem apresentado um crescimento notável, e tem uma safra de jogadores muito bons e muito técnicos. 
Esta talvez possa ser a grande virtude para o time na campanha do mundial deste ano. Superar a máxima que diz que colombianos só sabem correr em campo, que não possuem qualidade técnica alguma, que - apesar de vez ou outra pregarem peças às seleções de maior expressão - nunca chegam a lugar algum.

Pela maioria dos que acompanham futebol, a geração colombiana que disputou a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, foi a melhor de todos os tempos produzida pelo pais. Comandada pelo lendário cabeludo Carlos Valderrama, o time que ainda tinha nomes como Freddy Rincon, Faustino Asprilla e o artilheiro Adolfo Valencia, ficou aquém das expectativas, e numa chave contra os Norte-Americanos, donos da casa, a então forte seleção da Romênia e a Suíça, venceu apenas o último jogo - 2x0 contra os suíços - e acabou ficando de fora das fases eliminatórias. Ainda assim, conquistou a empatia da torcida, não só dos estadunidenses, mas de muitos aficionados por futebol ao redor do mundo.

Depois de algumas campanhas destacadas, jogando em casa conseguiu alcançar o título da Copa América em 2001 com uma campanha fenomenal, vencendo todos os jogos e sem sofrer um gol sequer. Além disso teve o artilheiro da competição, Victor Aristizábal, com 6 gols marcados - além de ter sido o grande destaque da campanha de los cafetones.

Para 2014, a Colômbia vive o melhor momento de sua história no esporte. Tendo alcançado a segunda colocação nas eliminatórias da CONMEBOL - atrás apenas da Argentina de Messi e Cia., e com a 4ª colocação no ranking da FIFA, será cabeça de chave na Copa do Mundo de 2014. 
E teve sorte!
Jogará num grupo relativamente fácil, mas muito equilibrado, contra a Grécia, Costa do Marfim e Japão. Tem tudo para confirmar o favoritismo e garantir o primeiro lugar do grupo. E tem sim chances de surpreender seleções campeãs mundiais e chegar como surpresa nas fases finais da competição.

Principalmente pelo elenco que vai defender a Colômbia no mundial!

E equipe mescla experiência, sobretudo no setor defensivo, com uma juventude de certa rodagem no meio-campo e no ataque.

A base do time é composta por:
                                                       Ospina (Nice-FRA)
                                 Zapata (Milan-ITA)         Perea (Cruz Azul-MEX)
Cuadrado (Fiortentina-ITA)                                                         Armero (Napoli-ITA)

                              Zuñiga (Napoli-ITA)    
                                                                     Guarín (Internazionale-ITA)
                                     
                                             M. Torres (Atlético Nacional-COL)

                                                James Rodríguez (Mônaco-FRA)
               
                   Jackson Martínez (Porto-POR)         Falcão Garcia (Mônaco-FRA)

Como podemos ver, o time tem jogadores atuando em clubes de alguns do principais campeonatos de futebol do mundo.
Quem comanda esta base é o experiente argentino José Pekerman, que já treinou, entre outros clubes, a seleção da Argentina, inclusive em uma Copa do Mundo (2006). É lembrado por ser quem promoveu o craque Lionel Messi à seleção principal da Argentina, mas também por ter preterido o craque em alguns jogos da Copa do Mundo da Alemanha, inclusive no fatídico jogo contra os donos da casa, em que os hermanos foram eliminados nos pênaltis.

Outros jogadores que também tem aparecido em pela Colômbia e que podem pintar na Copa do Mundo são: o veterano goleiro Faryd Mondragón (42 anos) - remanescente da geração de 1994; o também veterano zagueiro Mario Yépes, de 38 anos; o jovem meia Santiago Arias, que atua no PSV-Holanda; e os atacantes Adrián Ramos, do Herta Berlin-ALE e Carlos Bacca, que atua pelo Sevilla-ESP.

Mas certamente o grande destaque deste elenco é o trio ofensivo formado por James Rodríguez, Jackson Martínez e Falcão Garcia.
O primeiro deles é jovem, tem apenas 22 anos, mas compensa sua pouca experiência com grande habilidade na perna esquerda, e uma capacidade muito grande de drible. Depois de se destacar no Porto, de Portugal, foi contratado pelo recém-milionário Mônaco, da França. É considerado uma das grandes promessas do futebol sul-americano, e substituto de Valderrama como o grande armador de jogo da seleção colombiana.
O segundo é um artilheiro nato. Por onde passou deixou sua marca de inúmeros gols marcados - seja no Independiente de Medelín (Colômbia), no Jaguares de Chiapas (México), ou no Porto (Portugal), onde atua até hoje.
E o terceiro: a típica estrela! Um trajetória vitorioso, a conquista de muitos títulos por todos os clubes onde passou, sempre destaque nas campanhas, e finalista do Prêmio Bola de Ouro da FIFA na temporada 2012. Saiu do River Plate pouco antes que este entrasse na maior crise de sua história, e foi brilhar no Porto, de Portugal, onde foi campeão da UEFA Europa League em 2010/2011. Título este que voltou a ganhar na temporada seguinte, já quando atuava pelo Atlético de Madri. Chegou ao Mônaco na metade de 2013, junto com seu companheiro James Rodríguez para tentar elevar o clube francês à grande potência da Europa. Já é o segundo maior artilheiro da história de sua seleção. E na Copa terá chances de se tornar o grande jogador colombiano de todos os tempos.

Sendo assim, quem tiver pela frente os colombianos em seu caminho no mundial, não se deixe levar pela simpatia e pelo futebol leve e solto, tão característico do futebol daquele país, porque de inofensivo há algum tempo eles já não tem mais nada.

A Colômbia é uma equipe muito ofensiva e que pode sim chegar muito longe nesta Copa do Mundo.




segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Troféus merecidos

Merecidamente, depois de 4 anos vendo o arqui-rival ser consagrado, Cristiano Ronaldo faturou a Bola de Ouro ao ser eleito pela FIFA o melhor jogador de futebol em 2013.
Os méritos da conquista: 69 gols em 59 jogos, assumindo cada vez mais enfaticamente o papel de líder, craque e artilheiro, tanto no Real Madrid, mas principalmente na seleção de Portugal, onde ainda lhe faltavam grandes atuações destacáveis. E se alguém ainda tinha dúvidas, Ronaldo foi o grande responsável pela classificação lusitana ao mundial de 2014, sobretudo na repescagem, contra a Suécia, coroando um ano fantástico.
Há sim que ressaltar alguns pontos sobre os concorrentes: Messi viveu um ano excelente: jogou bem praticamente todas as partidas em que atuou. Mas atuou em muito menos partidas do que o que fomos acostumados. E as lesões que atingiram Messi nessa temporada foram exatamente as grandes responsáveis para que Messi chegasse ao dia de hoje com menos chances de levar a Bola de Ouro; enquanto isso, Ribéry teve também um ano fenomenal, ganhando praticamente tudo que disputou. Mas seus méritos pessoais não ficam tão evidentes, já que o grande valor do Bayern para ser campeão alemão, europeu e mundial foi a coletividade homogênea e equilibrada que pouco permitiria o brilho de uma estrela única.
Ainda temos que acrescentar o apoio à louvável homenagem concedida à Pelé. O melhor de todos os tempos não poderia ficar sem este troféu, principalmente por este bairrismo e eurocentrismo retrógrado que ainda nos acomete.
Jupp Heynckes, como não poderia e deveria ser diferente foi escolhido o melhor treinador de 2013.
A escolha da melhor jogadora é questionável: será mesmo que a goleira da seleção da Alemanha, Nadine Angerer, teve uma temporada superior à da melhor de todos os tempos, a brasileira Marta?
O prêmio Puskas, para o gol mais bonito da temporada, mais uma vez, foi merecidamente condecorado. Zlatan Ibrahimovic fez um dos gols mais bonitos da história, ao dar uma bicicleta de muito longe do gol adversário. A FIFA fez justiça dando o prêmio ao gigante sueco, uma vez que o gol,  foi "pintado" em 2012, poucos dias depois da escolha dos finalistas a este premio na temporada anterior.
E para a seleção do mundo na última temporada, sempre haverá quem prefira um ou outro jogador, mas a base realmente é a que foi eleita por Blatter e Cia.
Neur; Lahm, Thiago Silva, Sérgio Ramos e Daniel Alves; Xavi, Iniesta e Ribéry; Messi, Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic.
Eu questionaria apenas a presença de Daniel Alves, que é um lateral medíocre, e Sérgio Ramos, que é um zagueiro fraco e extremamente violento.
No geral, as homenagens e premiações foram bem elencadas e merecidamente concedidas, o que é novidade no "padrão FIFA" de fazer futebol.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Muita especulação, pouco de concreto.

O ano velho termina, um novo começa e o mercado de transferências no futebol continua agitado, seja aqui no Brasil, ou mesmo nos clubes estrangeiros.

 No Brasil, alguns clubes tem feito contratações muito pontuais, conseguindo qualificar razoavelmente seus elencos. Como é o caso de Santos, que principalmente do meio pra frente conseguiu muito boas contratações; o Cruzeiro, que conseguiu manter a base do time campeão brasileiro na temporada passada, e as peças perdidas foram satisfatoriamente repostas; o Palmeiras, que também manteve a base do time campeão da Série B, e fez aquisições muito importantes para a montagem de seu elenco; para um time que  se supõe disputará a Segunda Divisão, o Vasco também tem feito boas escolhas para montar o time que buscará o acesso. E só!

Os demais, ou ainda tem mais especulações do que negociações concretizadas, ou não apresentam nenhuma alternativa para qualificar seus respectivos plantéis.

Os destaques negativos ficam por conta de Atlético-MG que perdeu Bernard no meio do ano passado e ainda pode perder Ronaldinho, e ficar sem opções criativas para defender o título da Libertadores; o Corinthians que ainda não apresentou soluções para seus problemas ofensivos, tão evidenciados em 2013; e o mesmo serve para o Grêmio, que não só não trouxe caras novas para o ataque, e também pode perder Vargas e Kléber, além de jogadores que voltaran de empréstimo e ao invés de serem aproveitados, foram novamente "passados adiante".

Éverton Ribeiro no Manchester United, Seedorf como técnico do Milan, Beckham no River Plate, Falcão Garcia e Luis Suárez no Real Madrid... tudo especulação!

 No exterior, quem pouco precisava se reforçar é quem melhor já contratou: Robert Lewandowski é oficialmente jogador do Bayern de Munique, equipe campeã mundial que parece se tornar ainda mais letal.

Ainda é cedo para criar expectativas, mas parece-me que teremos um 2014 tão nivelado quanto 2013.

E como em 2013, infelizmente, nivelado por baixo, no caso do futebol nacional.