quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Quem não tem Diego Costa, caça com Robinho.

Depois da lastimável perda do atacante hispano-brasileiro Diego Costa, do Atlético de Madrid - que optou por defender a seleção da Espanha - a Confederação Brasileira de Futebol, personificada no treinador de sua seleção, Luis Felipe Scolari, resolveu tentar convocar alguém que pudesse suprimir essa rejeição de Diego Costa. Alguém que tivesse alguma representatividade e um certo apelo junto ao torcedor.

E o escolhido foi... Robinho!

Exatamente!
O "craque" das pedaladas!

Tão carregadas de rancor foram as declarações de Luís Felipe Scolari e do presidente da CBF, José Maria Marin, que ficou óbvio e explícito para quem quisesse ver, que a convocação de Robinho foi um consolo ao torcedor brasileiro, um "remendo", um "tapa-buracos" da situação.

É evidente que Robinho é um jogador altamente qualificado, ágil, veloz, ótimo driblador, com passagens por clubes de alto nível, como Santos, Real Madrid, Manchester City e Milan, onde atua hoje. Já comprovou inúmeras vezes, na própria seleção, que tem sim condições de defender o Brasil.

O grande problema, no entanto, é o momento e a situação em que esta convocação foi feita: além de servir como segunda opção às escolhas de Felipão, Robinho estava há dois anos sem vestir a amarelinha, e atua na Itália, justo num momento de absoluto declínio do futebol deste país e, sobretudo, um momento muito instável e fraco tecnicamente do Milan.
Num campeonato que perdeu qualidade e reconhecimento nas últimas temporadas, que tem o nível de qualidade declinado na maioria das equipes, a equipe "rossonera" ocupa a mísera e indigesta décima colocação, atrás de times minúsculos, como a Atalanta, a Udinese e o Hellas Verona.
Mesmo na Champions League, o time vive também uma fase intranquila, principalmente com a derrota em casa para o Barcelona. Ainda assim, consegue ocupar a segunda colocação de um grupo que tem, além de Milan e Barcelona, o Ajax (da Holanda) e o Celtic (da Escócia).

E mesmo com essa fase nem tão "agradável" do Milan, Robinho não tem nem conseguido se firmar como titular. O técnico Maximiliano Allegri faz um revezamento no ataque, e Robinho acaba tendo que brigar por vaga com, principalmente, mais três italianos: Matri, Balotelli e El Shaarawy. Em onze jogos pela "Séria A" - a primeira divisão do Campeonato Italiano - o brasileiro marcou apenas dois gols.
Além disso, antes dessa lembrança de Felipão, Robinho passou longos meses esquecido pela maioria dos brasileiros, ora por má fase técnica, ora por lesões.

Então eu pergunto a você: por quê Robinho?

Sabe porquê? Mídia e média com o povo brasileiro.
Foi o modo que a CBF criou para tentar iludir os torcedores da seleção, e tentar apagar o vergonhoso fato da rejeição recém sofrida. Tampar o buraco aberto por este "não", que se não fechado, acabará revelando ainda mais a vexante realidade da gestão do futebol no Brasil, e as condições subumanas que a maioria dos jogadores tem para exercer sua profissão.

Robinho pode voltar a brilhar na seleção brasileira?
Sim!

E vai voltar, de fato, a brilhar? 
Dificilmente! Pelo menos não agora.

Espero que essa situação tão vexante sirva, ao menos, para que alguém se dê conta do descaso da CBF para com a maioria dos clubes e jogadores, e que o Brasil não precise passar por mais ocasiões deprimentes como essa , sendo preterido por um "nativo", pois suas instituições organizadoras não são capazes de realmente organizar o esporte nacional. 
Que não precisemos ficar passando por vergonhas como essa, e por perdas técnicas de milhares de "Diegos Costas", espalhados por todos os cantos deste país!

Incompetências e deficiências explicitadas por Diego Costa

Uma constatação não exclusiva e não difícil de ser feita é de que o futebol brasileiro é um futebol de terceiro nível, sobretudo se levados em consideração a qualidade dos clubes e das entidades que os regulamentam.
São instituições inúteis, que defendem o interesse de uma minoria, seja em âmbito regional ou nacional em detrimento a clubes de menos expressão. Soma-se a isso a corrupção já naturalizada e interiorizada na sociedade brasileira, que se reflete no futebol: entidades burocráticas, milionárias e que não atendem minimamente às necessidades da estruturação do futebol.

Os clubes, bem como a CBF e as Federações estaduais são entidades de fato muito ricas, principalmente no Centro-Sul. Recebem receitas milionárias oriundas de patrimônio público, mídia e também dinheiro público. E os resultados disso, cadê?

O Campeonato Brasileiro é ridículo, com times decadentes, com mesclas irregulares de jovens buscando um lugar no sol, jogadores toscos que não conseguem sair daqui ou veteranos, consagrados, e que vem para cá encerrar suas carreiras.
Nem se comenta as divisões inferiores e os campeonatos em estados de menor expressão, que tem condições mais precárias e inadequadas à prática de esporte.

Mas... 
se Clubes/Federações realmente investissem todo dinheiro recebido, investido no desenvolvimento do "esporte nacional" - que muitas vezes vaza "por baixo dos panos", e que mediocriza nossos campeonatos, teríamos sim condições de um campeonato decente.

Com esse dinheiro, de fato, revertido em prol dos clubes, estruturas e campeonatos, certamente poderíamos realizar competições de nível da Premier League (Inglaterra), da Bundesliga (Alemanha), da liga BBVA (Espanha), da Ligue 1 (França), etc.

E, mesmo assim, nossa querida CBF, na pessoa do excelentíssimo presidente Sr. José Maria Marin, quer exigir judicialmente que um certo jogador defenda a seleção deste país, onde, para não morrer de fome jogando futebol, um atleta precisa abandonar casa, família,ou ainda, sem espaço, precisa  sair do país para ter ser trabalho reconhecido.

E ainda, o caríssimo treinador da Seleção do Brasil, Luís Felipe Scolari, grandíssissimo marionete da CBF, tenta jogar a torcida brasileira contra esse jogador, que apenas optou por atuar pela seleção de outro país, onde recebeu estrutura, apoio psicológico e financeiro e condições para exercer sua profissão.

Uma escolha sábia, que demonstra gratidão, e evidencia uma série de incompetências e deficiências da gestão do futebol no Brasil.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os melhores do mundo em 2013

Hoje cedo foi divulgada a lista dos 23 jogadores e 10 técnicos eleitos pela FIFA, em parceria com a revista France Football, dos finalistas ao prêmio de melhor do mundo na temporada de 2013.

Como não poderia ser diferente, predominam na lista jogadores do campeão de tudo na Europa, o Bayern de Munique, com seis atletas indicados, além do ex-treinador Jupp Heynckes.

Dois brasileiros também figuram entre os 23: Thiago Silva e Neymar, além do treinador da seleção brasileira, Luís Felipe Scolari.

Também não poderiam faltar os dois grandes favoritos: o argentino Lionel Messi - em busca de seu quinto "Balon D'or" - e o português Cristiano Ronaldo, que finalmente tem chances reais de desbancar o craque argentino.


Vamos à listagem completa:
Manuel Neuer, goleiro do Bayern de Munique - único desta posição entre os 23 escolhidos, foi o sustentáculo defensivo da equipe alemã na conquista da Champions League, da Bundesliga e da Copa da Alemanha. A garantia de segurança e de defesas fantásticas que o apontam hoje como o melhor goleiro do mundo.


Philip Lahm, lateral do Bayern de Munique- também único escolhido em sua posição, foi outro destaque da campanha bávara. Há muitos anos titular do Bayern e da seleção da Alemanha, confere segurança e boa opção ofensiva pela ala direita, contrapondo ao austríaco Alaba, que atua no lado esquerdo e que, apesar de não ter sido indicado, é também muito bom jogador.

Thiago Silva, zagueiro do Paris Saint-Germain - o grande líder defensivo do atual campeão francês, titular absoluto e capitão da seleção brasileira, e único zagueiro na lista, conferem a ele o merecido título de melhor zagueiro do mundo na atualidade.

Yaya Touré, meia do Manchester City - o nome mais questionável dos 23 escolhidos, não pela sua incapacidade técnica, mas pela temporada irregular dos  Citzens, e pela multifuncionalidade do marfinense, que, ao invés de servir como benefício ao grupo, tem sido motivo de indecisão por parte dos treinadores quanto ao posicionamento de Touré em campo.

Xavi Hernández, meia do Barcelona - um jogador que não enche os olhos do torcedor pela velocidade, pelos dribles, mas que pressiona pela qualidade técnica dos passes, sempre com percentual de acerto acima dos 90%. Além disso, sua regularidade é algo admirável: sempre com atuações seguras e confiáveis, servindo como ponto de referência ao time catalão, nos casos de necessidade.

Andrés Iniesta, meia do Barcelona - outro craque espanhol que destoa em relação à maioria pela regularidade e eficiência quando está em campo, sempre contribuindo para os avanços ofensivos do Barcelona. Se destaca, sobretudo, quando atua ao lado de Messi.

Andrea Pirlo, meia da Juventus - único italiano da lista, é prova viva da crise e da deficiência técnica das novas gerações na Itália. Escolhido para a lista muito mais pelo nome, e por capitanear a Juventus na conquista do título do último Calcio, do que por atuações fenomenais, ora marcas registradas de sua já extensa carreira.

Bastian Schweinsteiger, meia do Bayern de Munique - mais um dos grandes responsáveis pela magnânima temporada do Bayern. O motor central da equipe, por quem passam todas as jogadas, além de, por vezes,  ser capitão do time. Um volante com uma excepcional qualidade técnica no passe, e também na finalização.

Gareth Bale, meia do Real Madrid (Tottenham) - o jogador mais caro da história, que teve sua menção muito merecida pela esplendorosa temporada que fez pelo clube londrino, sendo o terceiro artilheiro da última Premier League. Porém, depois de uma transferência conturbada e cheia de transtornos para os "merengues", o galês ainda não conseguiu total adaptação ao futebol espanhol, tendo dificuldades principalmente pela resistência do novo treinador, Carlo Ancellotti, em colocá-lo em campo em posições opostas às quais está acostumado a atuar, mesmo nas poucas partidas em que tem sido titular.

Mesut Özil, meia do Arsenal (Real Madrid) - o craque da  seleção alemã já era destaque quando atuava pelo time madrilenho, mas tinha seu brilho brevemente ofuscado pelo português Cristiano Ronaldo. Agora que tem mais,espaço para brilhar à vontade no time da capital inglesa, tem sido o grande articulador de jogadas do líder da atual Premier League. Ágil, bom passe, magnífica visão de jogo e muito potencial de finalização: um legítimo craque.

Arjen Robben, meia-atacante do Bayern de Munique - o legítimo ponta: veloz e finalizador. Uma mesma jogada de, jogando aberto na ponta direita, Robben corta para o meio e finaliza de canhota, quase invariavelmente marcando o gol. Uma jogada já mais do que conhecida, mas que continua dando certo, por mais que o marcador tente evitar.

Eden Hazard, meia-atacante do Chelsea - estrela da crescente seleção belga, o meia foi destaque na temporada pós título da Champions League do Chelsea, em que o clube conquistou outra competição internacional, a UEFA Europa League. Hazard é a peça que distribui as jogadas para Torres, Schurrle e Eto'o. E tem feito isso com muita qualidade.

Neymar, atacante do Barcelona - apesar de ser um crítico assumido da Neymar-exaltação, e preciso admitir que o futebol do "craque da grife" encaixou muito rápida e eficientemente ao esquema tático catalão, dando uma nova opção à ainda presente "Messi-dependência". Gols, passes e dribles tem feito a mídia "babar" pelo jovem atacante. Contudo, ainda continuo como crítico a esse excesso de holofotes sobre um jogador apenas mediano.

Edison Cavani, atacante do Paris Saint-Germain (Nápoli) - as grandes atuações do atacante uruguaio pela equipe italiana contribuíram para a classificação, depois de algum tempo, do Nápoli à Champions League e levaram o jogador ao "novo gigante" PSG. Tendo maior e mais qualificada concorrência na nova equipe, ainda busca o espaço para brilhar tanto quanto na temporada passada.

Radamel Falcão Garcia, atacante do Mônaco (Atlético de Madrid) - sua transferência para o clube francês, motivada pelo dinheiro, acabou tirando de si a atenção como um dos principais atacantes do mundo, mesmo que as atuações continuem sendo de gala, e mesmo com o Mônaco voltando aos poucos a ser evidência, com a entrada de capital árabe. Deve procurar novo espaço em um clube mais expressivo já na próxima janela de transferência. Um possível destino é o milionário Real Madrid.

Luís Suárez, atacante do Liverpool - em uma temporada em que o time da terra dos Beatles voltou à circular entre os líderes da Premier League, o uruguaio continua sendo o grande destaque, marcando muito gols, e decidindo a maioria dos jogos em favor dos Reds. Foi já na última temporada, o artilheiro do Campeonato Inglês.

Robben Van Persie, atacante do Manchester United - numa temporada em que o craque do time, Wayne Rooney, teve mais baixos do que altos, muitas lesões e muita inconstância, o holandês Van Persie conseguiu seu espaço para brilhar, marcar gols, definir, e concorrer com Luís Suárez pela artilharia da última Premier League.

Thomas Müller, meia-atacante do Bayern de Munique - um jogador sem qualidades exaltáveis, mas muito útil, e com uma "predestinação" para fazer gols que chega a impressionar. Está quase sempre no lugar a na hora certos para finalizar e marcar muitos gols. E no esquema tático do Bayern, cumpre um papel tático muito importante, sempre auxiliando na marcação. Porém, se dependesse de minha opinião, não figuraria nesta lista.

Robert Lewandowski, atacante do Borussio Dortmund - uma grande temporada do time alemão, que só não conquistou títulos pela temporada genialmente produtiva do rival Bayern de Munique. O atacante Lewandowski é o grande centro desta equipe, caracterizada pela ofensividade, sempre visando o "alvo" Lewandowski, que executa como poucos a função de colocar a bola dentro do gol.

Zlatan Ibrahimovic, atacante do Paris Saint-Germain - depois de uma temporada de adaptação ao futebol francês, 2013 tem sido o grande ano do sueco, que pelo PSG tem feito gols à exaustão em quantidade e qualidade. Mesmo correndo por fora, é um dos reais candidatos à final, entre os três melhores do mundo, principalmente se conseguir ajudar a Suécia a superar Portugal na repescagem para a Copa do Mundo de 2014.

Frank Ribéry, meia-atacante do Bayern de Munique - grande responsável pela fase excepcional e incontestável do clube bávaro, marca gols, distribui passes, comanda a equipe e é  um dos favoritos, não só à vaga na final, como também ao título de melhor jogador do mundo em 2013. O francês vive uma fase mágica em que tudo que tenta, dá certo: passes, lançamentos, dribles, chutes. E o Bayern tem sabido aproveitar-se dessa grande fase de um dos seus craques.

Lionel Messi, atacante do Barcelona - dispensa comentários sobre sua qualidade técnica, a genialidade em marcar muitos gols, com médias que superam um gol por jogo, mas vive uma primeira temporada em que algumas pequenas lesões tem-lo deixado à parte de algumas partidas do Barcelona. E neste momento de decisão, esse pode ser um fator contra o favoritismo do argentino à conquista do quinto título consecutivo de melhor do mundo da FIFA.

Cristiano Ronaldo, atacante do Real Madrid - deixando um pouco de lado a mídia, o craque luso tem sido cada vez mais objetivo, eficiente e determinante coletivamente nas apresentações do time madrilenho. Tem sido mais "matador", cada vez aprimorando mais ainda o poder de finalização, concorrendo cada vez mais com Messi, pela artilharia das competições em comum que disputam. Finalmente é a temporada que tem chances reais de desbancar o argentino, mas também de ficar atrás do francês Ribéry.

Muitos craques, alguns com chances, poucos favoritos, mas algumas ausências sentidas, como os argentinos Di Maria, do Real Madrid e Agüero, do Manchester City, o alemão Marco Reus, do Borussia Dortmund, o hispano -"brasileiro" Diego Costa, do Atlético de Madrid, entre muitos outros que poderiam substituir alguns dos escolhidos e melhorar ainda mais a qualidade da listagem.

Os favoritos evidentemente são Messi, C. Ronaldo e Ribéry. Outros correm por fora.

Os três finalistas serão revelados em dezembro, e o grande vencedor, no dia 13 de janeiro de 2014.

Entre os técnicos, a lista conta com nomes como Alex Ferguson, José Mourinho, Arséne Wenger, Rafa Benítez, Vicente del Bosque, Antonio Conte e Carlo Ancellotti. Ainda assim, sentiu-se a ausência do espanhol Pep Guardiola, mesmo tendo assumido o Bayern de Munique somente no meio do ano - início da temporada européia.Felipão corre por fora, pela renovação de esperanças que trouxe para a seleção do Brasil. 
Os favoritos são o excelente Jurgen Klopp, e o multicampeão pelo Bayern de Munique, Jupp Heynckes, pelo excelente trabalho de enxadrista na distribuição e estruturação tática que beneficiou a todos os grandes jogadores que a equipe possui. Sem surpresas, Heynckes deverá vencer.

Vamos aguardar a escolha da FIFA e da France Football!

Mas e para você, quem é o melhor do mundo?

domingo, 27 de outubro de 2013

A saudade de Sir Alex Ferguson

O Manchester United é sem dúvidas o time mais tradicional do futebol inglês, e um dos maiores do mundo. Em sua história de 135 anos, são 2 títulos mundias, 3 vezes campeão europeu, 20 vezes campeão inglês, 11 títulos da Copa da Inglaterra, além de muitos outros.
Por Trafford, região metropolitana de Manchester, onde é sediado o clube, passaram jogadores lendários, como Bobby Charlton, Gerge Best, Eric Cantona, David Beckham, Gary Neville, Paul Scholes, Ryan Giggs - que ainda hoje atua pelo clube, sendo o recordista  absoluto com mais de 1000 jogos pelos "Red Devils", além de craques da atualidade, como Cristiano Ronaldo, Carlos Tévez e Wayne Rooney.

Boa parte destes grandes ídolos do futebol mundial, bem como a maioria dos grandes títulos da equipe, aconteceram entre 1986 e 2013: o período em que o clube foi treinado pelos escocês Sir Alex Ferguson.
Período áureo em que o United foi elevado ao status de potência, e um dos maiores e mais ricos clubes do futebol mundial.
São 27 longos anos! Período que só é superado pelo francês Guy Roux no comando do Auxerre - equipe de mesma nacionalidade.
A termos de comparação, o recorde brasileiro é de 12 anos, quando Lula - Luís Alonso Peres - treinou o Santos na era Pelé.
Mas o tempo, além de impressionar, só comprova a qualidade do trabalho realizado por Ferguson, não bastassem todos os títulos e a soberania no cenário britânico, conquistados nesse período.

E, além de tudo isso, outro fator que comprova ainda mais o indissociável vínculo criado entre United-Ferguson, é a situação da equipe pós saída do escocês, em maio deste ano de 2013.
Evidente que a equipe não perdeu sua magnitude, mas fato é que as vitórias se tornaram mais escassas e mais árduas. Contra os grandes da Premier League, foi um empate contra o Chelsea, e derrotas para Liverpool e Arsenal, além do vergonhoso 4x1 sofrido para o maior rival, Manchester City. E ainda, resultados negativos para times inexpressivos, como a derrota em casa para o West Bromwich e o empate, também em casa contra o Southampton.

É evidente que um novo trabalho, recém iniciado por David Moyes, deverá levar algum tempo para gerar frutos, mas uma equipe do tamanho do Manchester United, um elenco com nomes como Rooney, Giggs, Van Persie, Chicharito, Ferdinand, Nani, etc, não pode se dar ao luxo de ocupar apenas a oitava colocação no Campeonato Inglês, em dez rodadas já a oito pontos do líder Arsenal.

Todos aqueles que admiram o bom futebol e a grandeza do Manchester United esperam por uma imediata reação dos Red Devils.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

E a Copa do Brasil chega às semifinais!

Com ou sem emoção, perdendo, ou ganhando, ou empatando, ou ainda decidindo a vaga nos pênaltis, foram definidos os classificados para as semifinais da Copa do Brasil 2013: Atlético - PR, Grêmio, Goiás e Flamengo!

Dois times da região Sul que brigam no G-4 do Campeonato Brasileiro, e que farão um duelo sensacional entre uma equipe consolidada e com uma defesa incrivelmente difícil de ser vasada, seja com dois ou três zagueiros, dois ou três volantes, dois ou três atacantes, e que tem a vantagem de decidir a vaga em seu estádio: a Grêmio Arena, onde tem mantido a tradição de um time muito aguerrido e raçudo, onde eliminou o Corinthians nos pênaltis, depois de um duplo 0 x 0.
Do outro lado a equipe do Atlético do Paraná, que também tem feito um grande papel, sobretudo jogando em casa, mesmo ainda não podendo jogar na pulsante Arena da Baixada. Vem da Série B, e apesar do começo instável de temporada, se apresenta agora como uma equipe coesa e muito forte. Um ataque muito eficiente, com Éderson, Marcelo e Paulo Baier, apesar da classificação ter sido alcançada depois de um 0 x 0 em casa e um 1 x 1 no Rio Grande do Sul, contra o Internacional, fazendo valer o regulamento e o gol marcado fora de casa.

No outro duelo, o Centro-Oeste representado pelo surpreendente Goiás, encara o único representante do Sudeste, o gigante Flamengo.
O Goiás surpreende , não só porque se pudesse duvidar da qualidade técnica da equipe, mas porque  vem de um ano na Série B, o time vinha desacreditado por boa parte dos futebolistas, e não se esperava muito do Esmeraldino. Mas, sobretudo, Wálter - o gordinho - tem sido o diferencial, dando assistências, marcando gols e atuando muitíssimo bem. Além disso, o fator casa é fundamental para a equipe, que costuma contar sempre com um bom resultado atuando no Serra Dourada. Foi o que aconteceu na fase anterior quando, mesmo perdendo no jogo do volta por 3 x 2, classificou-se também na base do regulamento com a vitória por 2 x 1 no jogo de ida contra o Vasco.
Já o Flamengo, uma equipe que começou o ano desacreditada, candidata ao rebaixamento, mas que, principalmente com a efetivação do técnico Jayme de Almeida, ganhou corpo, eficiência e competitividade. E tem alguns nomes que tem sido decisivos, como Elias e Paulinho. Mas nada que se compare à estrela do artilheiro Hernane - o brocador. O camisa 9 rubro-negro vive uma fase excepcional, em que a bola bate e rebate, onde for, e acaba sobrando pra ele, e do jeito que ele chuta: bem ou mal, de direita ou de canhota, de cabeça ou de canela, a bola acaba indo parar no fundo das redes. E o time vem embalado após um histórico 4 x 0 contra o rival carioca Botafogo, depois do 1 x 1 na ida, ambos os jogos no Maracanã.
Pela tradição e pelo peso das camisas, no papel os favoritos seriam Grêmio e Flamengo. Contudo, os adversários vieram da segunda divisão com o objetivo de uma temporada a apagar os anos de 2011 e 2012 da lembrança de sua torcidas. Goiás e Atlético-PR não serão adversários fáceis aos teoricamente favoritos!
É aguardar ansiosamente pelos duelos que já começam na próxima semana, quarta-feira, dia 30, com os primeiros duelos em Curitiba e em Goiânia!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Craques e campeões na repescagem

Com exceção dos representantes do continente africano, já conhecemos todas as seleções que virão para o Brasil na Copa do Mundo de 2014, ou as que disputam uma vaga na repescagem.

Temos surpresas? Sim! A Bósnia, o Irã, Honduras. Seleções com pouca ou nenhuma tradição no futebol e que conseguiram vagas diretas, deixando para trás adversários por vezes muito mais fortes e tradicionais.

Temos favoritos? Sim! Os de sempre: Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha e Holanda. Correndo por fora, outros campeões mundiais como a Itália e a Inglaterra. E mais por fora ainda concorrem seleções de menor expressão, mas que vem com bons elencos e boas formações, como Colômbia, Bélgica e Rússia.

Mas muitas seleções de peso, com tradição no futebol e com nomes que as colocariam, se não entre os favoritos, ao menos entre aqueles que poderiam dar algum trabalho aos ditos favoritos.

É o caso do México, que com uma campanha desastrosa e decepcionante perdeu a vaga direta no mundial para países como Honduras e Costa Rica. Mesmo com Giovanni dos Santos e Chicharito Hernández, a campanha mexicana foi insuficiente, e agora terá que disputar na repescagem uma vaga contra a Nova Zelândia que, apesar da pouca expressão, é sempre uma seleção muito forte fisicamente e com uma defesa muito consistente.

Outros exemplos são Portugal e Suécia, dos craques Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic - respectivamente - que agora estarão frente a frente na repescagem, ficando um destes grandes ídolos do futebol mundial já pelo caminho, antes mesmo de cruzar o Atlântico.
Os lusitanos fizeram uma campanha até boa, ficando em segundo no Grupo F das eliminatórias, apenas um ponto atrás da Rússia, e tendo perdido apenas um, dos dez jogos disputados.
Já os suecos tiveram que conviver com a "desgraça" de cair no grupo da toda poderosa Alemanha - considerada por muitos a melhor safra alemã de todos os tempos, e ficaram praticamente impossibilitado de disputar uma vaga direta para o mundial.
Para a tristeza dos brasileiros, ou CR7 ou Ibra ficará de fora!

Outra seleção tradicional, campeã mundial, e com grandes jogadores, e que ficou para a repescagem, foi a França, que também não deu sorte e acabou caindo no grupo da atual campeã mundial Espanha nas eliminatórias. Embalada por Ribéry, a França vem encontrando sua melhor montagem tática e técnica, e é grande favorita para o duelo contra a Ucrânia, que vem perdendo o pouco espaço que havia adquirido no cenário do futebol mundial.

O bi-campeão mundial Uruguai, como já vem sendo tradicional na sua trajetória recente, também acabou terminando em quinto lugar nas eliminatórias sul-americanas para o mundial de 2014, e tendo que disputar a repescagem contra a modesta e inexpressiva Jordânia.
Norteada por Forlán, Luisito Suárez e o melhor deles, Edison Cavani, a Celeste Olímpica deve garantir vaga no Brasil sem maiores dificuldades, ficando com a oitava vaga no pote dos "cabeças-de-chave" para o sorteio do dia 6 de Dezembro.

Como não poderia ser diferente, muitos bons jogadores já ficaram para trás e ainda vão ficar, mesmo antes do início da Copa do Mundo de 2014. Lewandowski, Bale, Petr Cech, são muitos os ídolos em seus clubes que não virão para o Brasil, para a tristeza deles, e nossa, que não poderemos ter, como nunca poderíamos ter, a presença de todos os grandes craques do futebol mundial.

sábado, 19 de outubro de 2013

A pequena favorita.

Logicamente as seleções consideradas de primeiro nível são favoritas ao título do mundial do próximo ano. Argentina, Brasil, Alemanha e Espanha principalmente.
Mas dentre aquelas que, pelo ranking da FIFA, foram definidas como cabeças de chave para os grupos da Copa do Mundo, uma das que menos inspira grandeza é a seleção da Bélgica. Não por duvidar de sua qualidade técnica, mas pela pouca tradição dos belgas no futebol - sobretudo nas últimas décadas.

Contudo, a escrita tem sido mudada nos últimos anos. Uma nova geração, que mescla juventude e experiência, com muita qualidade técnica e que classificou com certa facilidade seu país para o mundial de 2014.

A grande geração belga começa por dois grandes goleiros: Curtois, do Atlético de Madri, responsável por algumas das mais espetaculares defesas dos últimos meses. E Mignolet, do Liverpool, que com grandes atuações vem ajudando a "reerguer" o time inglês.
Na defesa, os grandes destaques também vêm do campeonato inglês: os xerifes Vermaelen, do Arsenal e Kompany - grande ídolo recente do Manchester City, líder, melhor jogador do time e do campeonato em 2011-2012, quando os Citzens conquistaram o título inglês e capitão da seleção. Há ainda na defesa belga nomes como o experiente Van Buyten, hoje reserva, mas por muito tempo titular do poderoso Bayer de Munique; também cabe destacar Vertonghen do Tottenham, da Inglaterra, líder defensivo da equipe londrina.

No meio a equipe é igualmente qualificada e destacável. O cabeludo Fellaini, agora no Manchester United; o também cabeludo Witsel, do Zenit; os precoces e muito habilidosos meias Defour, do Porto e Dembélé do Tottenham; e o experiente Simons, com passagens em vários gigantes europeus, e agora no Nuremberg, da Alemanha.

No ataque, a equipe conta com várias promessas, como o desengonçado, mas oportunista Lukaku, do Chelsea, emprestado ao Everton. Outra jovem jóia belga é o atacante De Bruyne, também do Chelsea: rápido, agudo e habilidoso, já vem sendo sondado por outros grandes clubes europeus. Há ainda o também jovem Benteke, do Aston Villa, e o nem tão jovem Mertens, atualmente jogador do Nápoli, ambos como boas opções para o ataque belga.

Mas o grande craque da seleção é o meia-atacante Hazard. Depois de duas temporadas como o melhor jogador do campeonato francês pelo Lille, uma delas inclusive com o título, Hazard transferiu-se para o Chelsea, onde tem tido mais visibilidade para seu bom futebol, ágil e habilidoso, e com ótima capacidade de finalização.

Uma seleção tecnicamente muito boa, com jogadores atuando em todos os grandes centros do futebol europeu, ganhando experiência, e que o técnico Marc Wilmots tem conseguido encaixar de forma a deixar a equipe "na ponta dos cascos", ou seja, atuando muito bem, com muita objetividade, e muita força para encarar os grandes favoritos, apontados pela maioria.

Olho na Bélgica, pois, apesar do pequeno tamanho do país, ela vem para vencer e entrar na lista das grandes seleções mundiais!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Pelo fim do marasmo!

Este breve comentário, muito mais do que um texto discurssivo e dissertativo, é um ato de protesto ao modelo burocrático e modorrento adotado pela CBF para o Campeonato Brasileiro.

 Desde sempre, é notório que o sistema de pontos corridos - hoje adotado na grande maioria dos grandes centros futebolísticos do planeta - abdica totalmente da emoção e da vibração do sistema eliminatório, em prol de uma formulação que privilegia uma meia dúzia de times endinheirados (em geral, RJ e SP), que se revezam no ato de levantar o troféu!

 Nada mais injusto do que uma fórmula em que, faltando dez rodadas, vê o líder com 94% de chances de ser campeão - segundo o matemático Oswald de Souza. O gênio Oswald de Souza. Nesse formato de competição, ele entende mais de futebol do que eu, do que você e do que o torcedor, que vê seu time jogando, que acredita no potencial de sua equipe, mas que desanima pelas condições impostas por essa formato burro que impede a maioria dos times de concorrer ao campeonato.

Mata-mata é 50% pra cada lado!

Ganha e avança quem souber jogar bem em casa e fora, fazer seu resultado, tiver garra, foco, vontade e gana de vencer.

E daí que alguns ficarão pelo caminho? E daí que as empresas de televisão não ganharão tanto dinheiro! E daí que os clubes eliminados ficarão três ou quatro meses sem compromissos, tendo que pagar os salários dos jogadores?

Dinheiro nenhum no mundo paga a emoção de um confronto eliminatório!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Quem é Bósnia?

Hoje tivemos mais algumas seleções européias classificadas para a Copa do Mundo de 2014: as campeãs mundiais Inglaterra e Espanha, a perigosa (em todos os sentidos) Rússia, mas com destaque total para a "toda poderosa" Bósnia e Herzegovina!
Para os íntimos, só Bósnia!

Mas quem é a Bósnia?

Uma civilização bastante antiga, datada do período Medieval, mas que só em 1992 conquistou sua definitiva independência - com o desmembramento da Iugoslávia. Um país muito pequeno, cravado em meio a um turbilhão de revoltas civis que acometeram toda a península Balcânica. A própria Bósnia passou por uma guerra civil  violenta e sangrenta ao extremo, que ainda hoje marca a sociedade local.
Hoje a população passa por um momento relativamente tranquilo, com uma qualidade de vida bastante razoável, nos padrões do Leste europeu.

A seleção de futebol da Bósnia é também recente, como tal, uma vez que só existia - e havia participado de outras Copas do Mundo - como Iugoslávia.
Nas eliminatórias européias para as edições anteriores da Copa, o desempenho bósnio tem melhorando a cada edição. Em 2010, nas qualificações para a Copa do Mundo da África do Sul, a Bósnia ficou em segundo lugar na sua chave - ficando atrás apenas da então campeã Espanha - e à frente de seleções razoavelmente expressivas, como Turquia e Bélgica, disputando a repescagem contra Portugal, e sendo eliminado depois de um duplo 1 x 0 contra.

Nesta temporada, a seleção bósnia de futebol classificou-se à Copa no Brasil, no próximo ano, com uma campanha bastante satisfatória, superando seleções com mais história no futebol, como Grécia e Eslováquia - ambas presentes na Copa de 2010. Foram 8 vitórias, 1 empate e uma única derrota - justamente para os eslovacos.

O elenco bósnio é bastante variado, com jogadores jovens, ainda pouco conhecidos, mesclado com jogadores reconhecidos no cenário mundial, atuando por grandes clubes da Europa.
O principal deles - certamente - é o centroavante Dzeko. Vice-artilheiro das eliminatórias européias em 2010 e também nesta, para a Copa de 2014, foi o grande destaque do Wolfsburg no título alemão da temporada 2008/2009 - da qual foi também vice-artilheiro - ficando atrás apenas do brasileiro Grafite, seu companheiro de Wolfsburg.
O grande desempenho nesta temporada garantiu-lhe a transferência para o Manchester City, onde atua até hoje, e também conquistou um título inglês.

Outro destaque é o também atacante Ibisevic, que hoje atua pelo também alemão Sttutgart, e que vem também aparecendo com frequência no cenário dos artilheiros da eliminatórias para a Copa do Mundo.

Outros jogadores, com boa rodagem e experiência no futebol internacional são o meia Misimovic, ex-Bayer de Munique, Wolfsburg, Dinamo Moscou e Galatasaray, hoje no Guizhou Renhe, da China.
O zagueiro Spahic - capitão da seleção, e com passagens pelo futebol russo (Anzhi e Locomoti Moscou), francês (Montpellier), espanhol (Sevilla), e atualmente joga pelo Bayer Leverkusen - um dos maiores clubes da Alemanha.
E o jovem meia Pjanic, atualmente na Roma, da Itália, mas com grande passagem pelo Lyon, da França. Extremamente habilidoso, e com ótima finalização, merece o cuidado de qualquer adversário.

Portanto, fica claro que, embora pouco conhecida, a seleção da Bósnia tem alguns nomes de muita qualidade e que podem surpreender na Copa do Mundo. Evidentemente que as chances de título são as mais remotas, mas não deverá ser uma mera coadjuvante no Mundial de 2014.

E obviamente a seleção Bósnia é muito mais forte e qualificada do que a Zâmbia, por exemplo...


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Willcommen deustchen

Uma forma simpática, embora nada efusiva de saudar a classificação da Seleção da Alemanha para a Copa do Mundo de 2014, conquistada na última semana.
Uma equipe jovem, mas experiente, com grandes nomes, e encaixada taticamente, de forma objetiva e jogando bem. Talvez deva ser, com Argentina e Espanha as grandes ameaças ao Hexa mundial do Brasil. 
Um grande goleiro - talvez o melhor do mundo na atualidade - Manoel Neuer. Uma defesa séria, consistente e que falha muito pouco, em geral com Matt Hummels e Jerome Boateng, além do inexorável veterano Phillip Lahm. Mas é do meio pra frente que a Alemanha se destaca, sendo raríssimos os jogos em que não marca gols. As opções são muito variadas e se o técnico Joachim Löw tiver comando sobre todas essas peças, só quem tem a ganhar com isso é o futebol. Khedira, Gundogan, Schweinsteiger, Özil - em fase incrível no Arsenal - Marco Reus, Podolski, Mário Gomez, o também eterno Miroslaw Klose, Shürrle, Götze, Müller, Kroos... são muitos nomes que certamente levarão longe a sua seleção na Copa.
 A Alemanha, além da admirável técnica tem muita tradição no futebol. Quase que invariavelmente chega nas quartas ou semi-finais. Em 2010 perdeu a vaga na semi para os espanhóis, apesar de ter jogado melhor. Mas a força do futebol alemão é algo inegável e irrevogável!
E o Brasil que se cuide, porque os alemães vem aí, e a final da Copa de 2002 ainda é algo que não se apaga suas memórias.

sábado, 12 de outubro de 2013

Brasil vence... e convence?

Não! Definitivamente esse Brasil não me convence.

A Seleção Brasileira venceu o amistoso contra a Coréia do Sul por 2 x 0, mas nem de longe teve uma atuação satisfatória e convincente. Um time apático, sem opções ofensivas e com uma defesa vulnerável.

A Coréia do Sul não é dos melhores adversários, apesar da evolução em seu futebol, ainda é uma equipe de terceiro nível no cenário mundial. Uma seleção jovem, rápida, razoavelmente qualificada, mas que ainda apresenta um hiato muito grande entre a qualidade técnica da equipe em relação ao Brasil, por exemplo.
A deficiência técnica da equipe começa já por uma tradição da escola asiática: goleiros muito ruins. São goleiros que apresentam uma regularidade razoável, mas que sofrem gols quase que inadmissíveis. Bolas facilmente defensáveis que eles, por mal posicionamento ou deficiência técnica mesmo, acabando não conseguindo realizar a defesa.
Algumas peças, contudo, são tecnicamente muito boas pela seleção coreana, como o jovem atacante Heung-Min, de 21 anos, que atua pelo Bayer Leverkusen da Alemanha, que entrou no final, mas que demonstrou muita qualidade. Também o meia Ja-Cheol, muito habilidoso, do também alemão Wolfsburg, cérebro da equipe e por quem passam todas as jogadas. Mas depois da saída do grande ídolo Ji-Sung Park da seleção, a Coréia do Sul ainda carece de um grande líder dentro da equipe.

Ainda assim o Brasil passou por alguns momentos de aperto, ofensivamente criou muito pouco. Pode até parecer perseguição, mas Neymar não é jogador de seleção. Dribla, dribla, dribla... e não produz nada. Ou perde a bola, ou se joga, ou ainda erra o passe. E recebe o prêmio de melhor da partida? Risível! Achou um gol de falta, com uma ajuda fenomenal do goleiro coreano... e só!

Mas o Brasil todo, de forma geral, teve uma atuação mediana. Hulk ainda não mostrou o porque de estar na seleção: simplesmente não rende. Talvez até pela "obrigação" de jogar pelo Neymar e não pela seleção. Jô não apareceu no jogo. Não é nem de longe o 9 que a seleção precisa. Oscar fez um bonito gol, mas na função que lhe cabe de criar jogadas, ainda está abaixo até mesmo das atuações que vem tendo pelo Chelsea. Paulinho... o "herói" Paulinho, apagado, marcando razoavelmente, mas apoiando muito pouco, apesar da liberdade que Felipão tem lhe dado. Luis Gustavo manteve a regularidade, ficou preso por jogar para o Paulinho, e não para a seleção. A defesa manteve certa regularidade. Marcelo destaca-se na lateral esquerda. Daniel Alves: não compromete, nem ajuda. David Luiz foi o grande nome do jogo do Brasil: firme, sério e muito aplicado na marcação e com boa saída de bola. Dante também não comprometeu e manteve a coerência ao lado do capitão David Luiz. Jéfferson contou com a péssima pontaria dos coreanos, mas foi bem quando foi exigido.

A obrigação era vencer, e o Brasil venceu.
A obrigação, com a sequência, era o Brasil jogar bem, criar chances. E não o fez.

Falta ao Brasil ser a seleção pentacampeã mundial. Se agrandar diante de qualquer adversário e jogar sempre para massacrar. Se não for possível, jogar bem já seria suficiente... mas tá difícil.
 Agora é esperar pelo duelo contra a "grandíssima e perigosa" Zâmbia. E agora a obrigação é golear - e jogar bem - se possível. Será que a meta vai ser cumprida?

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O caso Diego Costa

Pra que não conhece, ou não está familiarizado com o Campeonato Espanhol, nesta temporada o artilheiro até o momento é o brasileiro Diego Costa, atacante de uma das principais equipes - o Atlético de Madri - superando inclusive os grande astros Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.

Diego da Silva Costa nasceu em Lagarto-SE, em 1988. No futebol, seu primeiro clube foi o Barcelona, de São Paulo, mas logo chamou a atenção do Sporting Braga, de Portugal, para onde se transferiu com apenas 17 anos. Sem espaço no time, foi emprestado para o modesto Panafiel, também português, onde atuou pouco, mas com qualidade, sendo contratado pelo Atlético de Madri em 2007. Mais uma vez sem chances de atuar, foi emprestado, migrando por alguns times na Espanha e em Portugal. Passou uma temporada no espanhol Valladolid, antes de retornar ao clube madrilenho. Emprestado no começo de 2012, regressou ao time na metade daquele ano, quando - finalmente - começou a ser aproveitado pelo técnico Diego Simeone.
A partir de então vem sido peça fundamental no esquema tático dos colchoneros, e um dos principais destaques individuais, com muita garra e oportunismo, tendo uma excelente média de gols. Suas atuações tem sido tão destacadas, que a próprio torcida espanhola tem feito campanhas para que Diego - que já tem nacionalidade espanhola - atue pela seleção daquele país.

Desde então, um dilema se fez para quem acompanha tal situação, e provavelmente para o próprio atacante - principalmente porque nesta temporada de 2013, Diego Costa também foi lembrado pelo treinador da seleção brasileira Luis Felipe Scollari, e convocado para os amistosos contra Itália e Rússia, ainda que tenha sido pouco aproveitado: aguardar novas chances na seleção de seu país de nascimento, ou então aceitar os pedidos da torcida espanhola, e uma possível convocação do técnico Vicente Del Bosque?

Não que esta seja o primeiro caso de brasileiro que se naturaliza por outra nação, para ganhar chances na seleção então escolhida.
Na Espanha por exemplo, já tivemos o caso do volante Marcos Senna.
Em Portugal são muitos! Os mais recentes e mais conhecidos são o zagueiro Pepe, o meia Deco e o atacante Liédson.
Da Polônia vem o exemplo do zagueiro Roger Carvalho.
Na Croácia, temos o atacante Eduardo da Silva.
Até mesmo na seleção do Japão, contamos com o zagueiro brasileiro Túlio Tanaka.
 Em outros países isso também é comum. Para ficarmos em um único exemplo, na Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha, o ataque titular da seleção anfitriã era formado por dois alemães, nascidos na Polônia: Lukas Podolski e Miroslaw Klose.
 É evidente que também temos casos em que os jogadores são convidados a naturalizar-se por outro país, para defender uma nova seleção, e que ainda assim, sabendo das dificuldades muito maiores em conseguir um espaço na seleção brasileira, tendo em vista a abundância de mão-de-obra, geralmente muito qualificada optam por "manter-se" brasileiros.

Mas todos esses casos nos fazem refletir sobre: até que ponto vale a pena um indivíduo "abrir mão" de sua nacionalidade, vincular-se a outro país, em busca de um reconhecimento ainda maior em sua área de atuação? Em que medida essa situação pode ser aceita com naturalidade? E até que ponto, neste caso, o Brasil perde com essa "exportação definitiva" de jogadores de qualidade?

Creio que não devam ser colocados quaisquer tipo de impedimentos para essas transferências. Desde que o próprio jogador esteja ciente das consequências e dos resultados de sua escolha, a opção deve ser dele próprio, afinal, quem é que não sonha com um lugar ao Sol em sua profissão?

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Realmente é mérito do Cruzeiro?

Diante de uma vantagem tão grande aberta pelo Cruzeiro na liderança do Campeonato Brasileiro nesta temporada de 2013, já passou da hora de algumas reflexões em relação, não só ao time mineiro, mas à todas as equipes, de forma geral.
A primeira questão a ser questionada é a qualidade técnica das equipes brasileiras nesta temporada.
Se analisarmos com um olhar um tanto criterioso, veremos que são pouquíssimos os clubes com alguma qualidade em seus elencos e em suas formatações táticas.
Cariocas e paulistas nunca tiveram uma temporada tão deplorável. Times fracos tecnicamente, sem muita alternativa para seus treinadores, que também tem suas limitações, e que acabam resultando, a se confirmar a incessante decadência do Botafogo, teremos uma representação brasileira na Libertadores - 2014 sem o grande centro financeiro do futebol nacional.
Nem todo o poder econômico destes clubes tem sido capaz de salvá-los. 
Aliado a isso, os times de regiões "periféricas", também tem pouco a apresentar nesta temporada. A mediocridade de alguns elencos chega a assustar, tanto que jogadores que nunca tiveram espaço na primeira divisão do futebol nacional, não só vem tendo tal espaço, como tem tido destaque neste cenário.

 Tendo tudo isso em vista, temos o Cruzeiro: um time com um elenco de razoável para bom, com um treinador que conseguiu organizar as peças em campo suficientemente bem, a ponte de o clube abrir tamanha vantagem na liderança do Campeonato Brasileiro. Afinal, certamente não é de craques que vive a Raposa. No máximo Éverton Ribeiro, um dia, talvez, possa chegar a esse status. Mas é um time coeso, com peças de substituição à altura, para os casos de precisão. Enquanto o time titular tem Ricardo Goulart, Borges, William, É. Ribeiro, etc, podem muito bem ser trocados pelos reservas Dagoberto, Júlio Batista, Souza, ... Do meio para trás a equipe é ainda menos destacável, com méritos para o goleiro Fábio, apenas. Nem Dedé, Egídio, Bruno Rodrigo ou Ceará, nunca foram, nem nunca serão grandes jogadores.
Tanto o é, que o diferencial do Cruzeiro tem sido o ataque.
A defesa não é das menos vazadas da competição.

 Então, cabe sim darmos o devido mérito ao Cruzeiro, que conseguiu ser o pior entre os melhores, conseguiu organizar-se bem, em meio a um bando de incompetentes.

Mas é inevitável que precisemos dar o demérito às demais equipes, que não só não conseguiram qualificar-se para disputar uma competição longa e complicada como o Brasileirão, mas também permitiram que a equipe de Belo Horizonte conseguisse abrir uma vantagem que hoje nos praticamente autoriza a proclamá-lo Campeão Brasileiro de 2013.

A redenção dos centroavantes

Esse ano de 2013, em especial o Campeonato Brasileiro, tem sido surpreendente por vários motivos: a incrível superioridade Cruzeirense, a má fase de alguns dos gigantes do futebol nacional, mas, sobretudo, o que mais impressiona é a boa fase de alguns centroavantes até então desconhecidos, ou mesmo já conhecidos, mas que nunca conseguiram se consagrar no cenário nacional.

A posição de centroavante é muito traiçoeira, afinal, seu ofício principal é marcar os gols, mas sua atuação depende muito mais da atuação coletiva do time, que precisa proporcionar-lhe as oportunidades de gol. Seu papel é aproveitar essas oportunidades. E boa parte dos atacantes tem conseguido cumprir essa missão.

É o caso, por exemplo, do artilheiro da competição: Éderson, do Atlético-PR. Sua carreira inicio-se no Ceará, contudo, quando vinha conseguindo se firmar, acabou sofrendo uma grave lesão.
Nesta temporada, começou na reserva do Furacão, mas foi ganhando espaço à medida em que foi marcando gols. Em 25 rodadas já marcou 15 tentos, e vem sendo um dos destaques do campeonato. 

Outro caso é o dos vice-artilheiros Gilberto e William, de Portuguesa e Ponte Preta, respectivamente. Ambos tiveram boas passagens em times de menor expressão - o Avaí, no caso de William, e Sport e Santa Cruz, no caso de Gilberto. Porém, ambos tiveram oportunidade nos dois grandes clubes do Rio Grande do Sul, e não conseguiram repetir as boas atuações, e nem manter-se na titularidade das equipes. Gilberto passou pelo Internacional na temporada passada, e William esteve no Grêmio há alguns anos.

 O caso de centroavante que tem se consagrado, e que mais repercutiu recentemente, é o de Walter, atuando pelo Goiás. Verdade seja dita, não são seus gols a principal causa para tamanha repercussão, mas sim seu excesso de peso. Mas também é verdade que quando esteve no peso ideal, tanto no Internacional, quanto no Cruzeiro, e mesmo nas temporadas que passou no Porto, de Portugal, o artilheiro não conseguiu render o mesmo que vem rendendo atualmente.
Contudo, mesmo acima do peso, Walter tem sido decisivo em suas atuações pelo Esmeraldino, marcando gols, dando assistências e auxiliando sua equipe na boa campanha após o retorno à série A. 

Há outros casos, como o de Fernandão, pelo Bahia, Rafael Marques do Botafogo, o contraditório Hernane no Flamengo, dentre muitos outros.

Mas... como não poderiam faltar exceções para confirmar a regra, alguns do atacantes de quem mais se esperaria são os que mais tem deixado a desejar, como são os casos de Barcos, no Grêmio, Luis Fabiano, no São Paulo e Marcelo Moreno, no Flamengo.

Fica então a expectativa pela intensa briga que teremos pela artilharia nessa temporada, um disputa acirrada, com muito mais candidatos do que vinhamos tendo nas recentes edições do Campeonato Brasileiro.

sábado, 5 de outubro de 2013

Bonito x Efiiciente

Para todos os admiradores do futebol, é óbvio que o que esperamos é um grande espetáculo, com duas equipes praticando um futebol que alie técnica, raça, objetividade e eficiência. Na temporada passada, por exemplo, discutiu-se o que poderia ser melhor, a técnica do Barcelona, sem a objetividade proporcionada por Messi, ou a objetividade pura do Bayern de Munique, que jogando "feio", humilhou o referido Barcelona, com 7 x 0, em dois duelos. Vimos que a verticalidade do time alemão prevaleceu. Mas será que alguém, algum dia, pode conseguir aliar qualidade e objetividade? Técnica e eficiência. Trazendo esse questionamento para a realidade nacional, podemos comparar as atuações recentes do Cruzeiro ao ideal de equipe que consegue ser efetivo sem deixar de jogar bonito? Talvez. Provavelmente sim, afinal, não à toa o time cruzeirense é líder com larga folga sobre os demais. Contudo, se levarmos o duelo para um campo mais específico, entre o time que joga bonito e o time que joga feio, no caso o atual segundo colocado no Brasileirão, o Grêmio, o resultado é contraditório à ideia de o Cruzeiro como ideal de time. Evidentemente, as proporções técnicas e de qualidade de elencos devem ser resguardadas. Contudo, a formação ideal de equipe, desenvolvida pelo Cruzeiro, não foi capaz de derrotar um time que vem jogando "feio", que joga sem meias armadores, com três zagueiros e três volantes, mas que ganhou do poderosíssimo Cruzeiro, por 3 x 1, sem dar chances ao adversário. Mais uma vez, a questão fica sem resposta: vale à pena abrir mão de jogar bonito, com técnica aprimorada e aguçada, para ganhar os jogos, ou é possível também ganhá-los jogando bem, com qualidade e muita habilidade?

O futebol reflete a sociedade

Hoje mais cedo, em partida válida pela rodada do fim de semana da Série B do Campeonato Brasileiro, vimos um bom duelo entre o líder e todo poderoso Palmeiras, e o pequeno, mas em grande ascensão, ABC de Natal, com direito a duas viradas e vitória do time potiguar - jogando em casa, por 3x2. Contudo, o resultado do jogo foi o menos importante, tendo em vista todos os ocorridos antes da bola rolar. O estádio da partida, Estádio Maria Lamas Farache - conhecido com Frasqueirão - é de propriedade do próprio ABC e onde regularmente o time manda seus jogos. O empreendimento é relativamente novo, tendo sido inaugurado em 2006. Sua capacidade máxima, segundo registros é para 18.000 pessoas, embora as informações da própria diretoria acabem distorcendo estes dados. Segundo a diretoria do ABC, atualmente cabem 16.500 espectadores. Para esta partida contra o Palmeiras, também há controvérsias sobre o número de ingressos colocados à venda - o que por si só já é um fato relevante. Os números giram entre 15.000 e 16.000. Todavia, o que pudemos ver foi a superlotação, não só das arquibancadas, mas de todas as dependências do estádio, inclusive com torcedores precisando pular o alambrado, e ficar na beira do gramado de jogo, fugindo do tumulto e de acumulação excessiva de pessoas num espaço insuficiente para tamanho contingente de público. Estima-se que mais de 20.000 pessoas estavam no Frasqueirão hoje, na hora do jogo. Os motivos que podem ser apontados para tamanha dissonância entre a capacidade do estádio e o número de pessoas presentes? São muitos. Vão desde a entrada irregular de pessoas "convidadas" para o jogo, geralmente pelos patrocinadores, sem ingresso, passando por possível falsificação de entradas, bem como o mais provável dos motivos: a venda de mais ingressos do que a real capacidade de acomodação do estádio. Mais do que nunca vemos como o futebol, a paixão da maioria dos brasileiros, reflete sua atual sociedade: muitos poucos tentam, a todo custo, sem qualquer escrúpulos, ganhar dinheiro às custas de uma maioria inferiorizada financeiramente; as iniciativas públicas atingem uma minoria de interessados, e em grande parte são "para inglês ver"; a massiva maioria da população segue sem condições de desfrutar das "maravilhas da Copa do Mundo", e os clubes, quando possuem alguma estrutura, tem apelado a situações como esta vista hoje, em busca de alguma condição financeira, visto que a CBF não lhes proporciona tal condição. E, como sempre, quem mais sofre com essa abusividade financeira, são os idosos, as crianças, as mulheres, presentes para prestigiar o espetáculo, e que, em alguns casos, chegaram a passar mal pelo sufoco, pelo "assardinhamento" de pessoas dentro daquele estádio. É triste a realidade do futebol brasileiro "sub-Copa do Mundo", assim como é triste a realidade brasileira "sub-pontos turísticos". Mas o que importa? Ano que vem tem Copa do Mundo!